Arte que se inspira
na floresta

Arte que
se inspira
na floresta

O programa Formas da Natureza tem a premissa de consolidar o uso sustentável dos recursos naturais, madeireiros e não-madeireiros, para a confecção de peças artesanais nos grupos de artesãos selecionados.

Com apoio do parceiro BVRio, o programa realizou duas oficinas de design nas aldeias Cassiana e Coroa Vermelha com a presença do designer Leonardo Lattavo. Nelas foram desenvolvidos, dentre outros desenhos de peças artesanais, grafismos Pataxó que poderão ser utilizados pelos produtores indígenas para identificar a origem de seus produtos.

O programa Formas da Natureza tem a premissa de consolidar o uso sustentável dos recursos naturais, madeireiros e não-madeireiros, para a confecção de peças artesanais nos grupos de artesãos selecionados.

Com apoio do parceiro BVRio, o programa realizou duas oficinas de design nas aldeias Cassiana e Coroa Vermelha com a presença do designer Leonardo Lattavo. Nelas foram desenvolvidos, dentre outros desenhos de peças artesanais, grafismos Pataxó que poderão ser utilizados pelos produtores indígenas para identificar a origem de seus produtos.

O que nos motivou a desenvolver e implementar o programa?

O Estado da Bahia – mais especificamente o sul e extremo sul da Bahia – concentra os maiores remanescentes de Mata Atlântica do nordeste, notadamente nos Parques Nacionais do Monte Pascoal, do Descobrimento e do Pau Brasil e em diversas Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPNs.

Infelizmente, ano após ano, os monitoramentos via satélite nos colocam dentre os estados que mais desmatam o bioma. As principais pressões para o desmatamento são expansão agropecuária, construção civil, movelaria, expansão urbana e produção de pequenos objetos de madeira para uso doméstico.

Para saber mais acesse o relatório técnico

A Mata Atlântica é a 8ª Floresta mais ameaçada do mundo

Restam atualmente 12% do bioma original

Desmatamento no extremo sul da Bahia ao longo do tempo.

Fonte: MENDONÇA, J. R.; CARVALHO, A. M.; MATOS, L. A. S. 45 Anos de desmatamento no Sul da Bahia. Projeto Mata Atlântica do Nordeste. Ceplac, Ilheus-Bahia, 1994.

O gráfico a seguir mostra o desmatamento no extremo sul da Bahia de 2018 a 2022

Porto Seguro - 528 hectares

12%

Itabela - 503 hectares

10%

Prado - 994 hectares

20%

Itamaraju - 1.817 hectares

36%

Cabrália - 1.942 hectares

39%

Extremo Sul - 5.277 hectares

100%
Para saber mais

Atualmente são beneficiados diretamente pelo programa:

222

Artesãos indígenas

51

Artesãos não-indígenas

88

Homens

134

Mulheres

150

Famílias

Cenário Atual

5 mil árvores nativas derrubadas todos os anos nas florestas da região para a produção de artefatos de madeira.

A maior parte delas é explorada ilegalmente, dentro dos parques nacionais Monte Pascoal e Descobrimento

Esta atividade ainda é responsável pela perpetuação de condições de exploração e subemprego, mantendo a grande maioria dos artesãos presos às condições impostas por atravessadores.

Quando iniciamos o Programa em 2009,  nós sabíamos que um dos grandes desafios pela frente era apresentar  aos produtores madeiras legalizadas na região e convencê-los  de que essas madeiras poderiam substituir as madeiras nativas para a fabricação de artesanato. Somos muito gratos a todas as pessoas e instituições que contribuíram ao longo dos anos para alcançar os atuais resultados.

Para saber mais

Consumo de madeiras nativas e eucalipto para fabricação de artesanatos

Consumo estimado de madeiras nativas

2004 - 30.200 (m³/ano)

90%

2024 - 3.621 (m³/ano)

11%
Consumo estimado de eucalipto

2004 - 0 (m³/ano)

0%

2024 - 4.310 (m³/ano)

15%

Valor e Impacto

O programa Formas da Natureza nasce em 2009 com a missão de incorporar, no dia-a-dia de artesãos e marceneiros do extremo sul da Bahia, a madeira de eucalipto para a confecção de pequenos e médios objetos.

Como chegar lá?

  • 15 hectares/ano de espécies florestais plantados para produção de madeira nos próximos 10 anos.
  • Inclusão de 170 artesãos indígenas na transição da madeira nativa para madeiras plantadas.
  • Investimento na melhoria da produção buscando agregar valor. Associar o produto à cultura indígena por meio do Selo Pataxó.
  • Investimento em modelos culturalmente adequados ao saber indígena e em mercados que valorizem seus produtos.
Visão de médio e longo prazo, permitindo assim que as comunidades beneficiadas tenham tempo suficiente para se adaptar à nova proposta e engajar-se adequadamente, visando que as atividades se mantenham de forma autônoma.

 

Com o programa Formas da Natureza, pretende-se chegar a:

+ 170

produtores indígenas envolvidos no programa. Aprox. 4% da população indígena residente nas TIs Barra Velha e Águas Belas

+ 1.4 mi

de renda/ano legalizada

+ 150

hectares de plantios florestais
para corte implantados nos próximos 10 anos
Melhores condições de vida
dos produtores indígenas e suas famílias

Artesãos

Inglis Sales dos Santos, Naktã

Aldeia Meio da Mata

Inglis Sales dos Santos, Naktã – 29 anos, filha de pai Pataxó e mãe Kiriri Sapuya – nasceu na aldeia Meio da Mata e é mãe de dois filhos, Aynoã e Joseline.

Estudou na escola da aldeia até a 5ª série e concluiu o ensino médio na aldeia Barra Velha. Graduou-se pela UFMG, fez pós na faculdade Faveni em gestão escolar e atualmente faz mestrado na UFMG. Naktã, além de artesã, trabalha como professora na escola da aldeia.
Naktã foi influenciada pela mãe na arte de fabricar artesanatos e os vendia junto com os irmãos na praia.

“O artesanato é uma boa fonte de renda e gostei muito de aprender as técnicas novas e trabalhar com piaçava, mas ainda temos várias questões por resolver como o acesso às fibras, a comercialização das peças, a embalagem e o frete.”

Valdinei da Silva Nascimento

Aldeia Cassiana

Valdinei aprendeu a trabalhar com artesanato por meio da mãe e logo começou a trabalhar com madeira nativa. Produz colheres, petisqueiras e caiaques que comercializa na região.

“O projeto me permitiu dar o primeiro passo para sair da madeira nativa. A maior vantagem é que estou vendo que é possível ter renda a partir da madeira reflorestada.“

Aurilene Bras de Almeida

Aldeia Cassiana

Aurilene Bras de Almeida, aldeia Cassiana, 42 anos, é formada em pedagogia e atualmente, além de artesã, trabalha como professora na escola da aldeia Cassiana. Aurilene é entusiasta e excelente artesã.

Começou de pequena trabalhando com a mãe o artesanato indígena como chocalhos e lanças de pati, além de tangas com taboa do brejo. Atualmente as tangas são confeccionadas com fibras de biriba.

“Trabalhar com as fibras de piaçava e de bananeira é muito legal, pois são artesanatos diferentes que eu não sabia fazer. Hoje, sempre tenho uma encomenda e tem melhorado minha renda, pois apenas com o salário de professora não dá.”

Ilvani Cristiano do Amor Divino – Akuã Pataxó

Aldeia Boca da Mata

Ilvani Cristiano do Amor Divino – Akuã Pataxó, 30 anos. Artesã da aldeia Boca da Mata.

Akuã é uma liderança da sua aldeia e hoje ocupa a presidência da Associação de Mulheres de Boca da Mata. Aprendeu com a mãe, Gevani, a arte de trabalhar o artesanato de sementes e penas.

“Sempre lembro com alegria o tempo que passamos junto às professoras, aprendendo novas técnicas e materiais. Era muito bom compartir com o grupo o trabalho coletivo. Infelizmente, depois que os cursos concluíram, cada um foi pro seu lado. Ainda temos dificuldades de trabalhar em conjunto e pensar como podemos melhorar nossas vendas de forma coletiva.”

Junior Faria do Nascimento – takape aktxawã

Aldeia Boca da Mata

Junior Faria do Nascimento – takape aktxawã, 39 anos. Artesão da aldeia Boca da Mata. Junior é uma jovem liderança da aldeia e sempre disposto a aprender novos conhecimentos. Ele aprendeu com o pai, Luís Francisco, a arte de retirar as fibras da palmeira piaçava sem danificar a árvore e as comercializava para fábricas de vassouras.

Junior participou ativamente dos cursos de artesanato com fibras de piaçava e de bananeira e hoje está estruturando o grupo do projeto que irá retirar e preparar para comercialização, para si e para outros artesãos, as fibras de piaçava e de bananeira.

“O artesanato de fibras naturais é uma boa alternativa de renda sem agredir a natureza. As capacitações têm nos ajudado a mudar de vida. Vamos retomar o manejo da piaçava e incluir o manejo integral da bananeira, que antes do curso somente servia para retirar o cacho de banana e hoje aprendemos a preparar mais de 5 tipos diferentes de fibras com o tronco.”

Fernando Gonsalves Soares

Distrito de Monte Pascoal

Fernando Gonsalves Soares, 47 anos. Artesão do distrito de Monte Pascoal. Fernando trabalha com peças de madeira fabricadas no torno, a exemplo de pilão e outros acessórios para decoração.

O grupo de Monte Pascoal foi um dos primeiros a abandonar a madeira nativa para produção do artesanato, junto com o grupo de São João do Monte, ambos do município de Itabela. Atualmente, aproximadamente 60 artesãos torneiros trabalham com madeira de acácia para produzir suas peças.

“Hoje estou consciente do impacto do meu trabalho no desmatamento. Trabalhando com acácias, trabalho mais tranquilo e minha renda aumentou.”

Artesãos Formas da Natureza

Distrito de São João do Monte

Patrick, Ronaldo, Hermano, Felipe, Leomar e Denilson
O grupo de artesãos Formas da Natureza do distrito de São João do Monte, município de Itabela, foi um dos primeiros a abandonar o uso de madeiras nativas para produzir suas peças e adotar madeiras plantadas, tais como o eucalipto e acácia.

Atualmente, o grupo é formado por mais de 50 artesãos que trabalham em 17 oficinas de produção. De lá saem mensalmente para todos os cantos do país mais de 120 mil colheres de madeira de diversos tamanhos.

“A concorrência desleal da madeira nativa ilegal está destruindo o negócio sustentável. Fica muito difícil concorrer com peças produzidas com madeira ilegal.“

Arte que preserva a Mata Atlântica

Arte que preserva a Mata Atlântica

Arte que preserva a Mata Atlântica

Arte que preserva a Mata Atlântica

Arte que preserva a Mata Atlântica

Histórico

2009-2011

Engajamento de artesãos | Oficinas de aperfeiçoamento de técnicas | Testes com madeiras plantadas | Fornecimento de eucalipto seco em estufa e em tábuas | Para saber mais: Relatório de 2004

2012-2018

Boa aceitação do mercado para os produtos com madeira plantada | Campanhas de comunicação social alertando para a madeira ilegal | Dificuldades com fornecimento de eucalipto

2019-2021

Falta de matéria-prima de origem legal | Crise econômica empurra mais famílias para o “industrianato”, com madeira ilegal | Enfraquecimento da fiscalização ambiental | Pandemia amplifica a degradação florestal

2022-2024

Retomada do uso de madeira legal, ainda sem estabilidade no fornecimento de matéria-prima | Produção com design para nichos de mercado de alto valor agregado | Restauração florestal produtiva em terras indígenas como fonte de matéria-prima

2009-2011

Engajamento de artesãos | Oficinas de aperfeiçoamento de técnicas | Testes com madeiras plantadas | Fornecimento de eucalipto seco em estufa e em tábuas | Para saber mais: Relatório de 2004

2012-2018

Boa aceitação do mercado para os produtos com madeira plantada | Campanhas de comunicação social alertando para a madeira ilegal | Dificuldades com fornecimento de eucalipto

2019-2021

Falta de matéria-prima de origem legal | Crise econômica empurra mais famílias para o “industrianato”, com madeira ilegal | Enfraquecimento da fiscalização ambiental | Pandemia amplifica a degradação florestal

2022-2024

Retomada do uso de madeira legal, ainda sem estabilidade no fornecimento de matéria-prima | Produção com design para nichos de mercado de alto valor agregado | Restauração florestal produtiva em terras indígenas como fonte de matéria-prima

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